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exibições de letras 18

Baderna da Glória

Vidal Assis

Já faz tempo o batizado
Garanto não ser chalaça
No cálice bento a cachaça
Fez a vez do vinho sagrado
Eu caí em tentação

No primeiro sacramento
A roupinha de pagão
Virou emplastro e unguento
De mirra, mijo e marafo
E como se fosse um te-deum
Cantaram um samba na igreja
Era Ataulfo ou Noel?

E a gente sentia no bafo
A força da tal patuleia
Quando após o santo ofício
Foi-se aos pastéis com cerveja
E um coro desafinado
Cantava “saudades da amélia”

Alguns anos depois
Eu, aquele menino
Numa taberna de glórias
Entre pastéis, empadinhas
Eis que ouvi um benguelê

Eram grilhões e senzalas
De uma África inteira
Que em renda e alfazema
Se corporizava ali
Corimas e caxambus
E cantos de pastorinhas
E jongos, lundus, ladainhas

E disso guardei memória
Do seu outeiro
Desceu em glórias
Clemente senhora
Cantando um agnus dei

Num silêncio de oratório
Fez então seu ofertório
Meus olhos verdes benzeu
E formou-se a procissão
E eram negros
Pastores, pastoras
Mulatos, ateus e carolas

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Composição: Hermínio Bello de Carvalho / vidal assis. Essa informação está errada? Nos avise.

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