O Teu Rosto
Ernesto Nazareth
Neste teu rosto lhe
Acata o fulgor e o rigor!
Oh! Aqui lhe trago divino
Anjo do céu, tu me mata!
Meu coração de lata
Toma completo prazer!
Quisera meu anjo ter
O seu bem e todo o agrado
Com ternuras e abraços
Tu me matas sem querer!
Amor, nasce pequenino
Faz-se logo um tamanhão!
Tamanhão que é sempre o mesmo
E neste céu puro de anil
Hás de ter diversas desventuras!
E agora, com fofura, com seus lábios
Quero unzinho!
Mas, depois de tanta luz
Faz me rosto logo se perder!
Nada tens a temer em me falar a verdade
pra minha felicidade, que você e depois morrer!
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